25 DE ABRIL vive no coração do povo
Naquela madrugada, tudo eram incertezas, menos para aqueles que se movimentavam já para as posições previamente combinadas, nos planos dos militares.
Que se movimentavam para colocar ponto final na ditadura iniciada por Salazar, na sequência do golpe contra a Segunda República, o qual haveria de instituir um regime fascista de perseguições, prisões, morte , degredo, guerra e vida arrastada, exceto para a meia dúzia de privilegiados do regime.
A história do 25 de Abril será hoje recontada por todo o país, em múltiplas iniciativas promovidas pelos partidos, autarquias locais e Assembleia da República, em apoio do regime democrático e constitucional e se opõem ao regresso das teorias que, em 1926, arrastaram Portugal para a cauda da Europa e o isolamento internacional.
O 25 de Abril é, sem dúvida, de todos os democratas, partidos e cidadãos, mas ninguém se deve admirar pelo facto de o PCP, que apesar de ilegalizado por Salazar e Caetano, organizasse a luta clandestina no interior do País, tendo os seus militantes sido aqueles que mais perseguidos foram pelo regime que caiu em 25 de Abril e sinta muito mais a alegria da transição democrática.
Na passada sexta-feira, no Arquivo Histórico Municipal, assistimos a uma conferência pelo professor Mário Sousa, onde deu nota da vida de resistência contra a ditadura dos algarvios que combateram o regime, apresentando nomes, participações em ações de luta e as motivações, algumas absurda e fruto de denúncias, expressas em fichas da extinta PVDE – PIDE – DGS.
Celebremos pois Abril, já com o perfume que anda no ar das próximas comemorações dos 50 anos da Revolução de Abril de 1974, no próximo ano.