Um grupo de investigadores propôs medidas para minimizar o stresse e melhorar o bem-estar dos peixes, como a redução do tempo de permanência no anzol ou o seu abate rapidamente com métodos humanitários, foi hoje divulgado.
Segundo a Lusa, um estudo elaborado por cinco centros de investigação europeus, entre os quais o Centro de Ciências do Mar (CCMAR) do Algarve, alerta para o elevado sofrimento dos peixes apanhados com palangre na pesca costeira de pequena escala no sul de Portugal, e propõe soluções concretas para minimizar o stresse e melhorar o bem-estar animal.
A redução do tempo de permanência no anzol, adoção de anzóis circulares sem farpa e o recurso a métodos humanitários de atordoamento e abate imediato a bordo, são algumas das recomendações feitas pelos investigadores do consórcio internacional Carefish/catch.
O palangre é um tipo de apetrecho de pesca artesanal, ou arte de pesca usando a linha, constituído por uma linha principal, forte e comprida, de onde saem várias linhas secundárias curtas em intervalos regulares com um anzol na ponta.
O método é usado para capturar espécies comerciais muito apreciadas, como o sargo-legítimo, sargo-veado e o besugo.
“Embora esta pesca de pequena escala tenha um impacto ambiental reduzido e grande valor cultural, o relatório mostra que há espaço para melhorias no tratamento dos animais”, lê-se num comunicado do Fish Eto Group.
O documento faz parte de “um esforço internacional para integrar o bem-estar animal nos padrões de sustentabilidade dos produtos do mar”.
“Com mudanças relativamente simples no equipamento e nos procedimentos, podemos reduzir muito o sofrimento – e ainda melhorar a qualidade do pescado e a confiança dos consumidores”, afirma Fausta Borsani, da equipa Carefish/catch, citada na nota.
Durante o estudo, foram medidos indicadores de stresse, tendo os cientistas avaliado o estado dos peixes tanto através da observação, como de amostras de sangue.
As análises sanguíneas confirmaram níveis de stresse elevados já no momento da captura, “provavelmente devido ao tempo prolongado de luta no anzol”, concluem os cientistas.
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