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Há melhorias na rede ferroviária do Algarve

A Linha do Algarve beneficiou significativamente da eletrificação concluída em 2024/2025, com redução de tempos de viagem, maior sustentabilidade e melhores condições nas estações.

A ligação com Lisboa foi otimizada, com tempos de viagem abaixo de trēs horas via Alfa Pendular, e a extensão de serviços Intercidades até Vila Real de Santo António está em curso.

No entanto, a linha enfrenta limitações devido à via única e à oferta insuficiente de horários. Propostas futuras, como a duplicação de via, ligação ao Aeroporto de Faro e integração com a Andaluzia, são promissoras, mas dependem de financiamento e priorização política.

A LAV Porto-Lisboa e Lisboa-Madrid poderá beneficiar indiretamente o Algarve, mas a região ainda carece de investimentos específicos para atender à sua crescente procura turística e urbana.

A Linha do Algarve é um troço ferroviário que liga as estações de Lagos a Vila Real de Santo António, percorrendo a costa sul da região, com estações principais em Lagos, Portimão, Albufeira, Faro, Olhão, Tavira e Vila Real de Santo António.

A gestão da infraestrutura é responsabilidade da Infraestruturas de Portugal (IP), enquanto os serviços de passageiros e carga são operados principalmente pela Comboios de Portugal (CP), com algumas operações de carga pela Medway. A linha tem uma extensão de cerca de 140 km, predominantemente em via única, o que limita a frequência e a capacidade dos serviços.

No seu estado atual tem a eletrificação concluída, uma aspiração de longa data dos algarvios. Ficou concluída em 2024, com a certificação do troço Faro-Vila Real de Santo António em meados de 2025, permitindo a operação de comboios com tração elétrica.

Este avanço eliminou a necessidade de transbordo em Faro para serviços regionais e de longo curso, reduzindo o tempo de viagem entre Lagos e Vila Real de Santo António em cerca de 25 minutos ou seja de mais de 3 horas para aproximadamente 2h35 minutos.

Em abril de 2025, a IP concluiu a elevação e uniformização das plataformas em 17 estações e apeadeiros, com um investimento de mais de 5 milhões de euros.

Estas obras melhoraram o acesso para pessoas com mobilidade reduzida, reforçaram a segurança com novas vedações, renovaram a sinalética bilingue (português e inglês) e melhoraram o conforto com novos abrigos, mobiliário urbano e iluminação.

Neste momento operam em toda a extensão da linha, conectando as principais cidades algarvias, o Intercidades e Alfa Pendular, a ligar Faro a Lisboa (Gare do Oriente), com tempos de viagem de cerca de 3 horas para comboios pendulares.

Estes serviços estão limitados ao troço Tunes-Faro, mas a eletrificação permite agora a possibilidade de extensão até Vila Real de Santo António sem transbordo.

O principal terminal de mercadorias está em Loulé, com um segundo terminal em projeto em Faro pela Takargo (Mota-Engil).

A linha é maioritariamente de via única, o que restringe a capacidade de aumentar a frequência de comboios e pode causar atrasos devido à necessidade de cruzamento de composições.

Apesar da procura crescente, especialmente por turistas e estudantes, a oferta de horários é limitada, particularmente em períodos noturnos.

A eletrificação, inicialmente prevista para 2023, sofreu atrasos devido a problemas logísticos, aumento de custos e falta de empresas interessadas em concursos públicos.

Há dois utentes críticas de que o Algarve é frequentemente relegado nas prioridades de investimento ferroviário, com foco nacional em projetos como a Linha de Alta Velocidade Porto-Lisboa.

Como beneficio, embora tardios, a eletrificação eliminou o uso de combustíveis fósseis nos comboios regionais, contribuindo para a descarbonização do transporte.

A redução de tempos de viagem e a eliminação de transbordos melhoraram a conectividade entre as cidades algarvias, beneficiando o turismo e a mobilidade local.

Assinalam-se as obras de supressão e requalificação de passagens de nível (ex.: Pk 313+914, 324+964, 330+572) reduziram o risco de acidentes e congestionamento.

A construção de uma subestação de tração elétrica em Olhão e a ampliação da subestação em Tunes reforçaram a capacidade energética da linha, garantindo maior fiabilidade.

Registam-se melhorias nas estações, como a Gare do Oriente, e a integração com a Ponte 25 de Abril desde 2003 facilitaram a conexão direta entre Lisboa e Faro.

Embora ainda não exista uma ligação ferroviária direta ao Aeroporto Internacional de Faro, a Assembleia Municipal de Lagos tem defendido a sua inclusão em planos futuros, o que melhoraria a conectividade com Lisboa e outras regiões.

Melhorias Planeadas ou Propostas:

O projeto da LAV Porto-Lisboa, com a primeira fase (Porto-Oiã) prevista para 2030, reduzirá o tempo de viagem entre Porto e Lisboa para 1h15. Embora focado no eixo norte-sul, o projeto inclui integrações com a rede convencional, o que pode beneficiar indiretamente o Algarve, com melhores conexões via Lisboa.

A LAV Lisboa-Madrid, com uma nova travessia sobre o Tejo (eixo Chelas-Barreiro), está planejada para melhorar a competitividade dos serviços de longo curso entre Lisboa e o sul, incluindo o Algarve, reduzindo o tempo de viagem entre Lisboa e Setúbal para cerca de 30 minutos, o que pode otimizar conexões para Faro.

Duplicação de Via e Retificação do Traçado:

Estudos de 2007 propuseram a duplicação de alguns troços da Linha do Algarve e a retificação do traçado para melhorar o acesso a centros urbanos, como entre Estômbar e Patã ou a norte de Faro. Estas alterações poderiam aumentar a capacidade e reduzir tempos de viagem, mas ainda não há datas confirmadas para implementação.

A Assembleia Municipal de Lagos defende a duplicação da via e a modernização do traçado para atender à crescente procura urbana e suburbana, além de ligações à Andaluzia.

Integração com o Aeroporto e Andaluzia:

A ligação ferroviária ao Aeroporto de Faro é uma prioridade proposta para reforçar a integração do Algarve com Lisboa e destinos internacionais.

A conexão com a Andaluzia, via Vila Real de Santo António, é outra proposta de longo prazo, aproveitando a eletrificação para facilitar ligações transfronteiriças com a rede espanhola.

Aumento da Oferta e Horários:

Há pedidos recorrentes para aumentar a frequência de comboios, incluindo serviços noturnos, para atender à procura turística e regional.

A IP planeia reforçar as pontes no troço Faro-Vila Real de Santo António para suportar locomotivas mais pesadas dos comboios Intercidades, permitindo sua extensão regular até ao sotavento algarvio.

Desafios e Críticas:

Como mencionado em postagens no X, há frustração local com a perceção de que o Algarve é secundarizado em relação a projetos como a LAV Porto-Lisboa ou Lisboa-Madrid.

Os Investimentos são limitados e, apesar dos avanços, a ausência de datas concretas para duplicação de via ou ligação ao aeroporto reflete restrições orçamentais e a priorização de outros eixos ferroviários.

A modernização da Linha do Algarve foi parcialmente financiada pela UE (Portugal 2020/Compete 2020), mas projetos mais ambiciosos, como a LAV, dependem de fundos europeus adicionais, como o Connecting Europe Facility (CEF 2).

Para mais informações, consulte:

  • Infraestruturas de Portugal: www.infraestruturasdeportugal.pt
  • The Portugal News: www.theportugalnews.com
  • Sul Informação: www.sulinformacao.pt
  • Jornal do Algarve: www.jornaldoalgarve.pt
  • GORK

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