Debate em Loulé sobre o Campo de Concentração do Tarrafal
Biblioteca de Loulé
A história sombria de um dos mais duros símbolos da repressão do Estado Novo, o Campo de Concentração do Tarrafal (1936-1954), vai ser revisitada e analisada sob uma perspetiva inovadora na Biblioteca Municipal de Loulé.
No próximo dia 28 de outubro, terça-feira, pelas 18h30, será apresentado o estudo “O campo de concentração do Tarrafal (1936-1954) – História e uma proposta de reabilitação urbana” no âmbito da iniciativa “Livros Abertos”.
O trabalho, apresentado pelos seus autores, José Soares e Luís Gomes, propõe-se a uma dupla análise. Por um lado, mergulha nas causas que levaram à construção do campo em Cabo Verde e detalha o quotidiano da prisão durante os dezoito anos da sua existência, um período marcante para a história política portuguesa e caboverdiana.
Por outro lado, o estudo avança com uma proposta concreta para a sua reabilitação urbana. A componente de reabilitação é crucial, pois visa potencializar o espaço e atribuir-lhe um novo uso, garantindo que este património, carregado de significado histórico, possa ser melhor aproveitado pela comunidade.
Não se trata apenas de preservar a memória, mas de integrar o local na vida contemporânea de forma digna e útil.
Para debater este tema de grande relevância histórica e urbanística, estarão presentes dois especialistas com forte ligação a Cabo Verde. José Soares, natural de Chão Bom – Tarrafal, é licenciado e mestre em História. Com experiência em coordenação de turismo e atualmente deputado na Assembleia Municipal do Tarrafal, traz uma perspetiva local e política essencial à discussão.
Luís Gomes, natural da Cidade da Praia, complementa o painel com a sua vasta experiência em arquitetura e urbanismo. Com mais de 12 anos de prática em planeamento urbano e projetos arquitetónicos, o atual Assessor do Ministro de Infraestruturas, Habitação e Ordenamento do Território de Cabo Verde, é o principal impulsionador da visão de futuro para o aproveitamento do antigo campo de concentração.
Esta sessão, que une a memória histórica à visão de futuro e ao ordenamento do território, promete ser um momento de reflexão profunda sobre como lidar com os legados dolorosos do passado, transformando-os em espaços de aprendizagem e serviço comunitário. A entrada é livre e o público está convidado a participar no debate na Biblioteca Municipal de Loulé.


