CDU Analisa Resultados Eleitorais de 18 de Maio:
Resistência no Algarve face a Cenário Adverso
A CDU, através da sua Direção da Organização Regional do Algarve (DORAL) do PCP, emitiu uma análise detalhada dos resultados das eleições legislativas antecipadas de 18 de maio, caracterizando-os como um «resultado negativo» em termos de representatividade, mas simultaneamente um «resultado de «resistência» face a um quadro político «particularmente exigente».
A nível nacional, a CDU alcançou 180 mil votos (3,03%) e elegeu 3 deputados. No Algarve, os resultados foram mais modestos, com 6.170 votos (2,68%), não conseguindo eleger qualquer deputado.
A DORAL do PCP sublinha que estes números não refletem o apoio sentido durante a campanha nem correspondem às necessidades urgentes da região e do país. A coligação defende que a sua força, com mais votos e deputados, é crucial para «combater e dar resposta aos problemas e fazer frente às forças e projetos reacionários e antidemocráticos» que viram as suas posições reforçadas.
Reforço de «Forças Reacionárias» no Algarve Preocupa CDU – A análise da CDU destaca um preocupante reforço das forças consideradas reacionárias na região do Algarve. O Chega (CH) obteve 33,90% e 4 deputados, enquanto a AD (PSD/CDS) alcançou 25,74% e 3 deputados. A Iniciativa Liberal (IL) registou 4,36% sem eleger.
Comparativamente às eleições de 2024, a CDU aponta um aumento de 9% na votação total para estas forças, que resultou num deputado adicional.
O Partido Socialista (PS) registou uma das suas mais baixas votações no Algarve, com 20,51% e 2 deputados. O Livre (L) aumentou a votação mas não elegeu, e o Bloco de Esquerda (BE) perdeu expressiva expressão eleitoral.
Descontentamento Regional e a Necessidade de uma Política Alternativa – A CDU atribui os resultados eleitorais no Algarve a um «profundo descontentamento» da população, resultante da «ausência de soluções aos muitos e graves problemas sociais e económicos» da região.
Entre as questões apontadas estão os baixos salários e pensões, a exploração laboral, a crise da habitação, as deficiências nos serviços públicos (especialmente na saúde), o fraco investimento público, as fragilidades dos setores produtivos e as dificuldades nos transportes e mobilidade.
A coligação critica as políticas de direita praticadas por sucessivos governos PSD/CDS e PS, com o apoio de IL e CH, que, segundo a CDU, levaram ao aumento da exploração dos trabalhadores, predomínio de baixos salários, aumento da exclusão social e pobreza, e a uma intensificação da especulação imobiliária.
No setor da saúde, a falta de médicos de família e o encerramento de urgências são pontos de preocupação. A CDU também assinala atrasos em obras de infraestruturas prometidas, como a requalificação das EN 124 e EN 125 e a eletrificação da linha do Algarve.
Para a CDU, estes problemas são exacerbados por uma «intensa ação de promoção de valores e conceções retrógradas e reacionárias», difundidas pelos meios da ideologia dominante, que resultam numa «degeneração do pensamento e consciência social e política». A coligação denuncia ainda o «recorrente ataque à CDU», com a ocultação e distorção das suas propostas.
Perante este cenário, a CDU reitera a necessidade de uma «política alternativa» para o Algarve, que valorize o trabalho e os trabalhadores com aumento geral de salários e pensões, defenda os serviços públicos (SNS e escola pública), assegure o direito à habitação e à mobilidade, aposte na diversificação da economia regional e defenda a gestão pública da água.
Campanhas Futuras e Luta pela Paz – A DORAL do PCP salienta o trabalho realizado durante a campanha eleitoral, com a presença no terreno, esclarecimento, e apresentação de soluções para a região. Agradeceu o empenho de candidatos, ativistas e cidadãos sem filiação partidária que deram visibilidade à CDU.
Olhando para o futuro, o PCP vai continuar a dinamizar a ação nacional «Aumentar salários e pensões para uma vida melhor». Também está em preparação a «49ª Festa do Avante», agendada para 5, 6 e 7 de setembro em Amora, Seixal.
A preparação das «eleições autárquicas» assume particular prioridade, com o objetivo de afirmar a CDU e o seu projeto, através da prestação de contas, elaboração de compromissos eleitorais e construção de listas alargadas.
Finalmente, a CDU reforça o seu compromisso com a «luta pela Paz», condenando a «barbárie genocida» de Israel e apelando à solidariedade com a luta do povo palestiniano, criticando a «vergonhosa e hipócrita indiferença, cumplicidade e apoio» do governo português e de algumas forças políticas.