Após uma mastectomia, as mulheres podem optar entre a reconstrução mamária ou o chamado flat closure — um contorno plano do peito. Apesar de ser uma escolha legítima, muitas vezes essa opção encontra obstáculos práticos e institucionais.
O termo flat denial, criado pela organização Not Putting on a Shirt, descreve situações em que a paciente pede o fecho plano, mas este não é realizado. As razões variam: resistência de alguns cirurgiões, falta de formação técnica ou até preconceitos estéticos.
Nas Barreiras administrativas e legais verifica-se a ausência de código médico específico: nos EUA, não existe um código de faturação padronizado para o flat closure. Ambiguidades legais: a lei WHCRA (Women’s Health and Cancer Rights Act) foi, durante anos, interpretada de forma a classificar o fecho plano como cirurgia “eletiva”, em contraste com a “necessidade médica” da reconstrução mamária. Essa classificação permitiu que muitas companhias recusassem a cobertura do procedimento.
Avanços recentes
Em 2024, novas orientações esclareceram que o AFC (aesthetic flat closure) é uma forma válida de reconstrução da parede torácica. Tanto a WHCRA como o Affordable Care Act passaram a reconhecer explicitamente a cobertura do procedimento. Apesar disso, nem todas as seguradoras e médicos atualizaram as suas práticas, mantendo dificuldades no acesso.